FRASE - PENSAMENTO

1- DAI-ME SENHOR A PERSEVERANÇA DAS ONDAS DO MAR, QUE FAZEM DE CADA RECUO UM PONTO DE PARTIDA.

2- Os governos confundem "Padrão Fifa" com "Patrão Fifa", e aí fazem tudo que ela manda. (Blog de Jose Simão).

3- É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida. (Abraham Lincoln)

4- Nada é mais temido por um covarde do que a liberdade de pensamento (Luiz Felipe Pondé).

5- Existe no silêncio uma tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais profunda resposta (Fernando Pessoa).

6- Conheça-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e serás sábio. - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente, e decidir imparcialmente. (Sócrates).

7- “Deus lapidou a mulher com o cinzel do amor e o malhete da harmonia preparando-a para ser mãe.” (Marikaa)

8- "A espada sem a balança é a força bruta; a balança sem a espada é o direito impotente; completam-se mutuamente: e, na realidade, o direito só reina quando a força dispendida pela justiça para empunhar a espada corresponde à habilidade que emprega em manejar a balança". Rudolf von Ihering
9- "Uma Nação, com N maiúsculo, precisa de eficiência de alto a baixo - desde a rede de energia até a rede de esgoto". (Alex Campos - Jornalista)
10- "Não vamos desistir do Brasil". (Eduardo Campos)
11- Devemos entregar nossas questões ambientais aos ambientalistas, aos técnicos ambientais, e aos geólogos, se desejarmos alguma conquista, pois se deixarmos por conta da Justiça, dos Tribunais, dos políticos, não haverá solução.
12- Preliminarmente urge dizer:
"Sei que minha caminhada tem um destino e um sentido, por isto devo medir meus passos, devo prestar atenção no que faço e no que fazem os que por mim também passam ou pelos quais passo eu... " Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos, porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força e se ferirão no caminho, cansando-se mais cedo... Todavia, quando o cansaço houver chegado, que eu não me desespere e acredite que ainda terei forças para continuar, principalmente, quando houver quem me auxilie..." E, pode-se dizer mais, que nesta caminhada descobre-se que a aposentadoria não é concreta (apesar do Decreto), é abstrata, um novo estado de espírito, de quem sai da ativa para a inativa, "in casu" torna-se uma "via crucis", um sofrimento que impede um planejamento futuro. Se alguém chegou, haverei de também chegar, ainda acreditando que tenho forças e que haverá quem me seja justo." (pelo blogueiro à época dirigido ao Conselheiro do TCE-RJ).

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

SUPERAVIT E DEFICIT PRIMÁRIO



SUPERAVIT E DEFICIT PRIMÁRIO

Superávit primário é o resultado positivo das contas do governo

Superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros. Nas contas do governo, o chamado déficit primário ocorre quando esse resultado é negativo.

Já o superávit operacional é o resultado positivo das contas do governo incluindo as despesas com juros das dívidas interna e externa do setor público. O resultado negativo chama-se déficit operacional.

Em orçamentos públicos, o superávit é sempre quando há receita superior à despesa, decorrente de um aumento da arrecadação ou de um decréscimo dos gastos. Quando as despesas e pagamentos são maiores que a arrecadação ocorre um déficit orçamentário.

Na balança comercial, o superávit significa um valor das exportações superior ao das importações. O déficit da balança comercial ocorre na situação oposta: quando o valor total das importações é superior ao das exportações.

O superávit cambial ocorre quando a entrada de moedas estrangeiras no conjunto das transações do país com o resto do mundo supera a saída dessas moedas em determinado período. Quando ocorre o contrário, há o chamado déficit cambial.

No balanço de pagamentos, o superávit é registrado quando o resultado da soma de todas as entradas de divisas decorrentes das várias operações com os demais países é maior do que às saídas de divisas. O oposto é o chamado déficit no balanço de pagamentos.

O balanço de pagamentos é o registro de todas as transações econômicas e financeiras realizadas por residentes de um país com os dos demais países, incluindo:

1) Transações correntes [balança comercial; balança de serviços e transferências unilaterais]

2) Movimento de capitais.

Há ainda os chamados superávit e déficit em conta corrente ou em transações correntes. O déficit em conta corrente ocorre quando a soma das balanças comercial e de serviços e as transferências unilaterais do balanço de pagamentos apresenta resultado negativo. O oposto denomina-se superávit.

Helena Daltro Pontual


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Déficit primário registra pior resultado para meses de novembro

O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve resultado primário deficitário em R$ 6,711 bilhões em novembro. Isso significa que o esforço fiscal não foi suficiente para garantir a economia para pagamento dos juros da dívida. O número é o pior para meses de novembro desde o início da série histórica, em 1997. Os dados foram divulgados hoje (29) pelo Tesouro Nacional.

Com o resultado, o déficit acumulado no ano pelo Governo Central atingiu R$ 18,319 bilhões em novembro. A meta reduzida de superávit primário para 2014 é R$ 10,1 bilhões. Originalmente, era R$ 80,7 bilhões, mas foi reduzida em razão da queda na arrecadação e aumento de gastos.

De janeiro a novembro, as receitas líquidas do Governo Central cresceram 2,8%. Os gastos, porém, aumentaram em ritmo maior: 12,7%. As despesas com folha de pagamento cresceram 8,5%.

O maior crescimento, entretanto, ocorreu nas despesas de custeio (manutenção da máquina pública) e capital, que subiram 18,4%. Nessa rubrica, as variações mais significativas foram o aumento de 16,4% nas despesas discricionárias (geralmente investimentos, que o governo pode ou não executar) e de 33,9% nas despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
    29/12/2014 10h37
    Brasília
Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edição: José Romildo
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O que é? - Superávit primário

Para entender o significado dessa expressão é útil, antes de mais nada, lembrar que superávit quer dizer resultado positivo. Surge quando, ao final de um período, se veifica que os gastos foram menores do que a receita. Caso contrário registra-se déficit. Isso no orçamento familiar, em empresas e no governo. O superávit primário se refere às contas do governo. Toda vez que ele acontece significa que a arrecadação do governo foi superior a seus gastos. Mas há um detalhe: no cálculo não são levados em consideração os juros e a correção monetária da dívida pública, deixados de lado porque não fazem parte da natureza operacional do governo - são conseqüências financeiras de ações anteriores. O resultado primário, seja ele superávit ou déficit, é um indicador de como o governo está administrando suas contas. Verifique, no gráfico abaixo, que nos últimos 12 meses o governo federal só registrou déficit em dezembro de 2004.

2005. Ano 2 . Edição 10 - 1/5/2005
por Andréa Wolffenbüttel


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Após 18 horas, Congresso altera cálculo do superávit.

É a sexta vez que a mudança é realizada nos últimos anos – FHC fez alterações em 2001 e Lula, em 2008 e 2009, e Dilma em 2011 e 2013.

Em sessão que durou mais de 18 horas e terminou perto das 5h da manhã desta quinta-feira 4, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, permitindo a revisão da meta de resultado fiscal deste ano. Apesar da longa obstrução dos oposicionistas, o governo conseguiu manter o quórum e aprovar o projeto por votação nominal. Foram 240 votos a favor, na Câmara e 39 no Senado.

Após a aprovação do texto principal, os parlamentares rejeitaram, por votação simbólica, três destaques que propunham mudanças no projeto. O último destaque, por falta de quórum, não foi votado. Em função disso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou nova sessão para terça-feira 9, às 12h. Está pendente de votação emenda do deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) que tenta limitar as despesas correntes discricionárias (que o governo pode escolher se executa ou não) ao montante executado no ano anterior.

O texto aprovado garante ao governo a possibilidade de usar mais que o limite atual de 67 bilhões de reais para abater despesas a fim de chegar à meta do superávit primário, fixada em 116 bilhões. O superávit primário é a economia obrigatória feita pelo governo para pagar juros da dívida.

Segundo a mudança aprovada, todos os gastos com ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com as desonerações tributárias concedidas neste ano poderão ser deduzidos da meta. A execução do PAC até o início de novembro soma 51,5 bilhões de reais, enquanto as desonerações, segundo a Receita Federal, estavam em 75,1 bilhões de reais até setembro. Como todas essas despesas devem subir até dezembro, o valor do desconto pode passar dos 140 bilhões de reais, mais do que o dobro do abatimento em vigor.

A sessão foi marcada por vários embates em Plenário entre governo e oposição, que obstruiu os trabalhos com todos os instrumentos regimentais possíveis. A oposição considera que a revisão da meta fiscal compromete a credibilidade da economia brasileira com investidores internacionais e entende como uma manobra para evitar que a presidenta Dilma Rousseff responda por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Os governistas, no entanto, alegam que o projeto visa a evitar que o governo tenha que fazer cortes radicais em todas as áreas e programas para alcançar a poupança prevista inicialmente.

Para o economista Luiz Fernando de Paula, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ouvido por CartaCapital no mês passado, a mudança no cálculo do superávit primário era um "mal menor" diante da possibilidade de o governo ser obrigado e cumprir a meta "com receitas extraordinárias e uso de contabilidade criativa". "O abatimento de desonerações e investimentos do PAC me parece um 'mal menor', mas justificável perante o mal desempenho da economia brasileira, ainda que criticável, pois ex post as medidas de estímulo ao crescimento foram pouco efetivas", afirmou.

Manifestantes não entram

Um grupo de manifestantes contrário à aprovação do projeto tentou acompanhar a sessão da Câmara, mas foi impedido por determinação de Renan Calheiros (PMDB-AL). O presidente do Congresso mandou retirar as pessoas das galerias abertas ao público e, depois, barrou sua entrada ao determinar a formação de um cordão de isolamento pela Polícia Legislativa. Os manifestantes hostilizaram integrantes da base aliada, como José Sarney (PMDB-AP), e ovacionaram oposicionistas como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado ao Planalto, e o deputado Jair Bolsonaro (PTB-RJ). "Bolsonaro, guerreiro, orgulho brasileiro", gritaram os manifestantes. "Isso aqui é a ditadura do PT. Se fossem marginais do MST [Movimento dos Sem-Terra], o PT tinha colocado para dentro", disse Bolsonaro.

A oposição também criticou o fato de a liberação de emendas parlamentares – aquelas feitas pelos congressistas – terem sido embutidas na negociação política entre o Executivo e o Legislativo. Na mudança aprovada nesta quinta-feira 4, os oposicionistas criticaram a edição de um decreto (8.367/14) de liberação de recursos represados, em um total de 10 bilhões de reais, condicionados à aprovação das mudanças no cálculo do superávit primário. Segundo a oposição, o problema é que, além do condicionamento, nesses 10 bilhões de reais há 444 milhões de reais para emendas parlamentares individuais ao Orçamento de 2014.
Para o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), não se tratou de uma manobra do governo para forçar a aprovação das mudanças. Segundo Pimentel, a própria LDO obriga a publicação do decreto com o valor que está sendo liberado para custeio, no qual está inserido um percentual para as emendas parlamentares devido à regra do orçamento impositivo incluída na LDO 2014.
Lula e FHC também alteraram cálculo
A mudança na forma como o governo pode cumprir as metas de superávit primário não é novidade na legislação orçamentária. A primeira delas ocorreu em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando foi mudada na LDO a forma de citação do superávit: de percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para um valor em reais. A alteração permitiu o uso de um superávit maior de estatais (10 bilhões de reais) para compensar um déficit primário nos orçamentos fiscal e da Seguridade (8 bilhões de reais a menos que a meta de 28 bilhões de reais).
Com a crise econômica mundial que começou em 2008, houve mudanças no superávit em dois anos do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: em 2009 e 2010. Em 2009, o governo encaminhou a mudança ao Congresso com o argumento de que a LDO daquele ano, aprovada em agosto de 2008, antes de estourar a crise de liquidez nos Estados Unidos, previa um cenário macroeconômico que não se realizou no ano seguinte. A meta dos orçamentos fiscal e da Seguridade foi diminuída de 2,2% do PIB para 1,4%. Em 2010, houve a exclusão da meta para as estatais, que passou de 0,2% do PIB para zero.
No governo Dilma Rousseff, na LDO de 2011, o Congresso também zerou o superávit primário das estatais, em um total de 7,6 bilhões de reais. Em 2013, outra mudança retirou a necessidade de o governo federal compensar a meta global de superávit devido às dificuldades dos governos estaduais de cumprir sua parcela de economia. A meta exclusivamente federal continuou em 108 bilhões de reais.

A sessão foi tumultuada e realizada sem a presença de manifestantes, que protestavam contra as mudanças e foram impedidos de entrar no Plenário
 por Redação — publicado 04/12/2014

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Meta fiscal
Congresso aprova projeto que muda cálculo do superávit primário

O Congresso Nacional concluiu, nessa terça-feira (9/12), a votação do Projeto de Lei 36/14 que altera a forma de cálculo do superávit primário a fim de permitir ao governo descontar mais recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de desonerações tributárias para atingir a meta de resultado fiscal de 2014. O texto também altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014.

Na última quinta-feira (4/12), em sessão que durou mais de 18 horas, o Congresso Nacional havia aprovado o texto-base do projeto e rejeitado três emendas. Entretanto, ficou faltando analisar uma emenda, que foi rejeitada nesta terça-feira. Com isso, o PLN foi aprovado sem qualquer alteração e vai para sanção presidencial.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), foi contra a aprovação e disse que o partido deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal. De acordo com ele, se sancionada, o PSDB irá ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucinalidade no STF. Esta não será a primeira ação da oposição contra a mudança na meta fiscal.

No final de novembro, antes do texto ser aprovado pela Câmara, o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu ao Supremo que suspenda a tramitação do projeto e o seu arquivamento. Em Mandado de Segurança, o parlamentar afirma que o projeto viola o artigo 165 da Constituição Federal e o Plano Plurianual 2012-2015, e por isso não pode continuar a tramitar. Porém, até hoje o MS não foi analisado pelo ministro Luiz Fux.

Sem teto de abatimento
Na prática, o PLN 36/2014 retira da LDO deste ano o teto de abatimento da meta de superávit, inicialmente estabelecida em R$ 116,1 bilhões. A regra original previa que o governo poderia abater até R$ 67 bilhões da meta, com base nos investimento do PAC e das desonerações tributárias destinadas a estimular setores da produção, principalmente o automobilístico e o de eletrodomésticos.

Ao não estabelecer um teto, o projeto abre a possibilidade de o governo abater da meta fiscal até o total do PAC mais as desonerações, valor que já passou de R$ 130 bilhões. Agora, o Executivo pode manejar o superávit e, mesmo que feche as contas com déficit primário, não terá descumprido a meta definida pela LDO em vigor (Lei 12.919/2013).

Na semana passada, o governo comunicou que pretende obter superávit primário de pelo menos R$ 10,1 bilhões em 2014. A estimativa consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, publicado pelo Ministério do Planejamento a cada dois meses com parâmetros para a execução do Orçamento da União. A última edição foi divulgada em 21 de novembro.

Até setembro, o resultado das contas públicas do governo registrou déficit de R$ 20,4 bilhões — o pior resultado mensal desde 1997. No acumulado de janeiro a setembro, o resultado é deficitário em R$ 15,7 bilhões.

Críticas da oposição
Durante a votação do projeto, os oposicionistas criticaram a edição de um decreto (8.367/14) de liberação de recursos represados, em um total de R$ 10 bilhões, condicionados à aprovação do PLN 36/14.

Segundo a oposição, o problema é que, além do condicionamento, nesses R$ 10 bilhões há R$ 444 milhões para emendas parlamentares individuais ao Orçamento de 2014. As emendas direcionam recursos para obras em municípios indicados pelos parlamentares.

O governo argumenta que a própria LDO obriga a publicação do decreto com o valor que está sendo liberado para custeio, no qual está inserido um percentual para as emendas parlamentares devido à regra do orçamento impositivo incluída na LDO 2014.

Mudança não é nova
A mudança na forma como o governo pode cumprir as metas de superavit primário não é novidade na legislação orçamentária. A primeira delas ocorreu em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando foi mudada na LDO a forma de citação do superavit: de percentual do Produto Interno Bruto para um valor em reais.

A alteração permitiu o uso de um superavit maior de estatais (R$ 10 bilhões) para compensar um deficit primário nos orçamentos fiscal e da Seguridade (R$ 8 bilhões a menos que a meta de R$ 28 bilhões).

Com a crise econômica mundial que começou em 2008, também houve mudanças no superavit em dois anos do segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: em 2009 e 2010.

Em 2009, o governo encaminhou a mudança ao Congresso com o argumento de que a LDO desse ano, aprovada em agosto de 2008, antes de estourar a crise de liquidez nos Estados Unidos, previa um cenário macroeconômico que não se realizou no ano seguinte. A meta dos orçamentos fiscal e da Seguridade foi diminuída de 2,2% do PIB para 1,4%.

Já em 2010, houve a exclusão da meta para as estatais, que passou de 0,2% do PIB para zero.

No governo Dilma Rousseff, na LDO de 2011, o Congresso também zerou o superavit primário das estatais, em um total de R$ 7,6 bilhões. Em 2013, outra mudança retirou a necessidade de o governo federal compensar a meta global de superavit devido às dificuldades dos governos estaduais de cumprir sua parcela de economia. A meta exclusivamente federal continuou em R$ 108 bilhões. Com informações da Agência Câmara e Agência Senado.
10 de dezembro de 2014
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Explicando o economês: superávit primário

Já estamos em época de campanha eleitoral, e, para ajudar a entender o economês tão presente no discurso dos candidatos, vamos discutir o conceito de superávit, que mais uma vez está em voga no Brasil devido às críticas em relação ao excesso de gastos do setor público.

O superávit divide-se em nominal e primário. O nominal refere-se à arrecadação do governo menos suas despesas, as quais abrangem tanto gastos correntes, como pagamento de salários do funcionalismo público, quanto investimentos. Este conceito sintetiza a situação de financiamento do setor público; se existe déficit nominal na economia significa que o governo não tem capacidade para pagar suas contas e, portanto, é necessário recorrer a outras fontes de financiamento, como a emissão de títulos da dívida pública.

Já o superávit primário exclui do cálculo gastos com juros da dívida; este termo é tão citado no Brasil devido à expressiva parcela do PIB que sistematicamente deve ser reservada para o pagamento de tais juros. No passado o Brasil contraiu grandes empréstimos do FMI, e uma das exigências do fundo era atingir metas positivas de superávit primário. O problema é que para isso o país deveria reduzir suas despesas, o que era feito principalmente através da redução dos níveis de investimento; assim, os políticos tendiam a resistir a recorrer ao Fundo para evitar, dentre outros, este possível entrave ao crescimento do país.

Hoje em dia o superávit primário continua sendo uma medida de interesse, mas não mais devido ao FMI (o Brasil, inclusive, tornou-se credor do Fundo em 2009), mas sim devido à enorme proporção da dívida pública, que está em aproximadamente 43% do PIB, e hoje é composta principalmente pela dívida interna. Apesar deste alto valor exigir cautela nos gastos do governo, ainda estamos distante de países como a Grécia, cuja dívida é de aproximadamente 100% do PIB, o que desencadeou a profunda crise econômica no país em 2010.

Isabel Musse é formada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestranda em Economia na FGV-SP. Para entrar em contato com nossa colunista, basta escrever um e-mail para belmusse@yahoo.com.br.
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 FMI diz que Brasil não vai cumprir meta de superávit primário.

Diante da desaceleração da economia neste ano, o Brasil não vai conseguir cumprir a meta de superávit primário (a economia dos gastos públicos para o pagamento dos juros da dívida), diz um relatório publicado nesta quarta-feira pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

Segundo o relatório "Monitor Fiscal", o superávit primário em 2014 será de 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), abaixo da meta de 1,9% estabelecida pelo governo.

O FMI diz que o resultado se deve "ao ritmo de atividade econômica no ano menor do que o esperado".

Na terça-feira, em outro relatório, o FMI rebaixou sua projeção de crescimento para a economia brasileira neste ano de 1,3% para 0,3%.

Apesar de o governo manter a meta de superávit primário em 1,9% neste ano, os analistas de mercado brasileiro já vem apostando em resultado menor.

Segundo o mais recente Boletim Focus, divulgado na segunda-feira pelo Banco Central, a previsão é de que o indicador feche em 1%.

Para 2015, o FMI prevê que a economia brasileira deverá ter desempenho um pouco melhor, com avanço de 1,4%, e o superávit primário será de 2%.

Em 2016, a projeção é de superávit primário de 2,5%.

O relatório, divulgado durante a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, em Washington, reúne projeções sobre as contas públicas de diversos países.

O FMI projeta que a o déficit nominal brasileiro fique em 3,9% do PIB neste ano e recue para 3,1% em 2015.

Para a dívida pública a projeção é de 65,8% do PIB neste ano, abaixo da previsão anterior, de abril, que era de 66,7%. No ano que vem, deve ficar em 65,6%.

Leia mais na BBC Brasil: FMI reduz para 0,3% previsão de crescimento do PIB brasileiro
Alessandra Corrêa De Winston-Salem (EUA) para a BBC Brasil

    8 outubro 2014



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